Será que precisamos ser mais ou menos humanos?
Ouvimos e vemos muitas tragédias todos os dias (várias delas sem mesmo querer) umas enormes,
outras maiores ainda (como se o grau superlativo pudesse classificar esse tema), infortúnios absurdos para aqueles que agem e para os que
não agem, para os que estão envolvidos com o mal e também aqueles que seguem
suas vidas pelas margens da vida.
Mais humanos do que o que(m)?
E afinal, o que é (o) ser humano?
Penso que esta questão precisa ser repensada, adquirir outro
significado ou mesmo ser olhada com mais atenção.
Incontáveis vezes vejo histórias de cavalos, cães,
elefantes, porcos, gatos... Que por sua
vez foram incomensuravelmente mais “humanos” que aqueles a quem chamamos como
tal. Será que está certo isso? Qual parte desses fatos eu não compreendo e por
isso me parece extremamente absurdo?
Não ignoro o fato de que a mídia manipula informações e transmite apenas o que quer para manter o status quo, seus
interesses mesquinhos de alienação e medo, mas também sei que tudo isso é real, acontece todos os dias e também sei que ela é feita por humanos e
para um tipo de humano (imagino que uma maioria) que ama, está sintonizada e
alimenta o ciclo de desgraças diárias, da semana, do mês...
Se alguém porventura discordar dessa colocação, desse
tipo de humano fascinado pelo mal representar (no mínimo) uma grande parte reinante no planeta,
peço que observe por um instante a quantidade e principalmente, qualidade do que é produzido em maior escala pelos veículos midiáticos, o que é, por sua vez, é imensa e avidamente absorvido.
Porém não nos percamos de nosso tema principal, o que é o
ser humano?
Se o amor costuma estar mais presente numa gata que provê tudo o que lhe é possível para que seus
filhotes sobrevivam e tenham melhores condições (inclusive sua própria vida
como já testemunhei) do que em grande parte da humanidade, incapaz de olhar
além dos desejos dos seus egos doentes, penso que algo foi perdido na escala
evolutiva.
Há um ponto da evolução dos seres que, como dizia Jung, é
preciso que se tome o caminho da individuação (iluminação) em detrimento do egoísmo
para que haja verdadeiramente a evolução, do contrário estaremos involuindo.
Enquanto escrevo esse texto essa verdade me atinge como um
duro golpe na cabeça, como sociedade estamos mesmo involuindo e esta é a verdade atual, poucos buscam a
iluminação e o aspecto que leva as pessoas a utilizarem o termo “humano” como
algo virtuoso parece encontrar-se, por incrível que pareça, mais frequentemente naqueles não humanos.
Sendo assim, concluo essa reflexão pensando que esse termo precisa de uma revisão urgente, ou talvez devamos colocar o foco em transcender esse estágio medíocre de existência para algo como um meta-humano ou o super-homem ao qual Nietzsche se referia.
Talvez precisemos ir além do que a maioria de nós tem sido pois hoje me sinto mais inclinado a dizer, quando alguém é nobre e altruísta, que este se assemelha mais a um macaco ou a um cão, ou a um pássaro, uma árvore... do que àqueles que (por um acaso do destino) carregam o tão ilustre título de “humanos”!
Talvez precisemos ir além do que a maioria de nós tem sido pois hoje me sinto mais inclinado a dizer, quando alguém é nobre e altruísta, que este se assemelha mais a um macaco ou a um cão, ou a um pássaro, uma árvore... do que àqueles que (por um acaso do destino) carregam o tão ilustre título de “humanos”!